Seria o que, no jargão do futebol, chama-se de crime. O Inter foi muito melhor sempre, contra um Corinthians que só se defendeu, talvez em razão dos desfalques. É o estilo paulista, fixado com Fábio Carille e mantido por Osmar Loss. Nada errado nisso, vale dizer. É estratégia. Mas ocorre que o Inter amassou o Corinthians. Criou. Não ficou só na troca improdutiva de passes Por isso, qualquer resultado que não fosse vitória seria injusto pelo que se viu em campo.
O Inter criou muitas chances de gol, justificando plenamente a vitória por 2 a 1, de virada: 55% de posse de bola, 19 a 4 em finalizações, 12 a 2 em escanteios e 7 a 2 em chances de verdade. Não há o que contestar. Até 30 do segundo tempo, o Corinthians somava uma conclusão, justamente a do gol de Matheus Vital, numa desatenção de Klaus.
A virada, que deixa o Inter longe do Z-4 e próximo do pelotão de cima na tabela, tem uma assinatura: Odair Hellmann. Sua primeira mexida no time foi diferente. Não fez a substituição “papai-mamãe”, trocando seis por meia duzia. Tirou o instável Iago para colocar Nico López, passando Patrick para a lateral-esquerda. Assim, não perdeu Patrick pelo setor e acrescentou mais um atacante. Ganhou força no ataque e na defesa. Apostou em Damião, que fez o gol de empate. E de novo acertou em Rossi, tirando Pottker. E ainda em Juan Alano, saindo Lucca. Quando a vitória é coletiva, nesse nível de envolvimento tático, como esta do Inter sobre o Corinthians, um candidato a título, é preciso ressaltar com ênfase: vitória do técnico.
Lá atrás, escrevi o seguinte. Se o Inter encontrasse um padrão médio de atuação, cedo ou tarde isso se refletiria em pontuação na tabela. Em sete rodadas, só jogou realmente mal contra o Flamengo, e ainda assim na segunda etapa. Excluo o empate no Gre-Nal, em que o Grêmio foi superior, pela escalação de emergência. Ainda falta um longo caminho para, em um primeiro momento, consolidar o campeonato de segurança. E, depois, pensar em se manter perto do G-6. A vitória de ontem passa também pela crença da direção na sequência de um trabalho. Adiantaria ter demitido Odair lá na eliminação da Copa do Brasil, como houve quem apoiasse? Não existe mágica. Um degrau após o outro. Contra o Corinthians, o Inter subiu um.