Não conheço as estatísticas do Luverdense, mas duvido que o seu ataque tenha chegado lá na frente como nesta segunda-feira à noite. O que é constrangedor. Está certo que os gols logo no começo de cada tempo aumentaram a tal tensão pré-acesso, o que de fato atrapalhou. Mas não pode ser desculpa para o Inter deixar de se impor.
Especialmente na segunda etapa, o jogo foi igual. Incrivelmente, houve equilíbrio. Pelo lado direito de defesa, entre Winck e Leo Ortiz, o perigo de vazamento foi constante. Filme de terror, sobretudo nos minutos finais.
O problema maior, apesar dos gols que levaram à liderança, sempre esteve na organização ofensiva, dependendo das bolas erguidas para a área. Nesta segunda-feira, entretanto, o Luverdense finalizou 21 vezes, além de ter feito dois gols. Pode-se dizer que isso é um absurdo.
O jogo mostrou algo que venho repetindo há meses: o Inter só tem um zagueiro. É Victor Cuesta. Ele se lesionou, e aí foi um Deus nos acuda com Ortiz e Thales. Do meio para trás, o desequilíbrio de elenco é flagrante. Também tenho insistido nisso por se tratar de matéria de convicção.
O Inter marcou muito mal. A faixa central do campo se tornou uma avenida. A recomposição, à certa altura, sumiu. Os ingressos de Camilo no lugar de Sasha, e de Nico na vaga de Damião, tampouco alteraram o cenário.
Quem salvou a pátria atende pelo nome de Leandro Damião, com um gol de cabeça e outro, acertando o canto em bate-rebate. O Inter sofreu para empatar com o Luverdense, que estava no Z-4, essa é toda a verdade. A derrota poderia ter vindo sem exagero. Teve até bola na trave de Danilo Fernandes no finzinho.
Pelo jeito, antes do acesso matemático, o Inter ainda sofrerá um tanto. E, se jogar como nesta segunda-feira, não será campeão.