Para além da organização tática, engatilhada desde a nona rodada no 4-1-4-1, faltando só definir as peças que melhor se encaixassem no desenho, um fato expressivo neste novo Inter de Guto Ferreira na Série B é o envolvimento. O comportamento dos últimos jogos indica um grupo fechado com o treinador. Sem isso, nada acontece.
Percebendo que as individualidades florescem com organização coletiva, os jogadores estão mordendo o garrão. Eram 22 do segundo tempo quando Rodrigo Dourado, sem alarde nem close de câmera, vibrou com um desarme no Brinco de Ouro. Mostrei no Bom Dia Rio Grande, da RBS TV.
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Na comemoração do primeiro gol, todos festejam juntos, D'Alessandro saudando pelo nome a chegada de cada um no abraço coletivo. No segundo tempo, via-se todos atrás da linha da bola para defender. O argentino organizava a distância entre um e outro com os braços, como se estivessem unidos por uma corda.
A direção do Inter merece elogio. A pressão para entregar a cabeça de Guto aos cães, à certa altura, beirou o insuportável, com inexplicáveis matizes agressivos aqui e ali. Agora já surgem elogios de torcedores, nas enquetes de rádio. Não deve ter sido fácil para Marcelo Medeiros e Roberto Melo, mas eles tinham o dia a dia como elemento para avaliar.
Imagine o retrocesso se houvesse mais uma troca, com alteração de rotinas, de preparação física e de modelo de jogo? Três pontos separam o Inter do líder América-MG. O confronto direto entre eles é no Beira-Rio.
*ZHESPORTES