Guto Ferreira foi, na mesma frase, sexista e machista ao responder a uma pergunta da repórter Kelly Costa, da RBS TV. Ela queria saber se, diante das estatísticas de finalizações apresentados por ele como prova de que a atuação não tinha sido tão ruim contra o Luverdense, a imprecisão se dava mais por: 1) qualidade do adversário ou 2) deficiências técnicas de seus jogadores. Entre ele e a resposta, colocou uma questão de gênero como entrave.
Por ser mulher e supostamente nunca ter jogado, a Kelly não entenderia a pressão enfrentada por um jogador na hora de concluir. Isso é sexismo porque não importa se quem lhe pergunta é homem ou mulher. É machista por sinalizar que, por ser mulher, a Kelly não saberia mensurar o impacto do lado psicológico nas finalizações, já que nunca jogou futebol.
Pois a Kelly jogou futebol e vôlei, mas isso nem interessa. Ir por aí seria ceder a um argumento que reforça o machismo. As redes sociais bombaram em protesto. Mexeu com uma, mexeu com todas.
Guto mandou bem ao pedir para entrar ao vivo no Redação SporTV. Pediu desculpas públicas sem ressalvas diante de todo o Brasil. Depois topou o convite para ir ao Globo Esporte, apresentado por uma mulher que entende de futebol, a Alice Bastos Neves, acrescentando que sua retratação era para a Kelly e todos os que se sentiram ofendidos, homens e mulheres. Gostei da humildade de reconhecer o erro e de se submeter a críticas pelo que disse.
Admitir e pedir perdão não apaga o erro, mas ajuda a educar. Fechou o dia com dois reforços: Camilo, meia do Botafogo, e Leandro Damião, centroavante trazido do Flamengo.