Entre as muitas indefinições que restaram da derrota patética do Inter para o Boa Esporte no Beira-Rio, ao menos uma certeza me parece cada vez mais clara. A volta à Série A será no sufoco e com muito sofrimento, amparada em resultados paralelos, na sorte de um pênalti duvidoso marcado a favor ou até na bênção de um gol contra. E olhe lá, bem entendido.
Quem pode garantir, olhando para o mundo real do futebol apresentado, que o Inter vai mesmo subir?
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Eu não apostaria. Mais de um terço do campeonato já se passou e só em algumas rodadas o time habitou o G-4. O Inter não é um time de Série A na Série B, como se imaginava. Seu futebol está no patamar da maioria de seus adversários da Segunda Divisão. Nem pior, nem melhor: igual. Por isso não embala. Há um ano e meio o Inter "tem time para estar muito melhor do que está". É uma verdade apenas teórica e subjetiva, mas que nunca se materializa.
E o que nunca vira realidade não existe. Sendo assim, o Inter não tem time para estar muito melhor do que está. A derrota para o Boa indica que campanha será a mesma dos outros: um perde-ganha danado, ora jogando melhor, como diante do Brasil-Pel, ora fazendo fiascos feito perder para o Boa em casa.
Pode ajudar o fato de o nível da Série B em 2017 ser pior do que em outros anos. Algum ruim vai subir, e daí o Inter pode estar entre eles. É uma realidade dura para a torcida colorada, que tem feito a sua parte com louvor no estádio, mas é o que os dados concretos à disposição oferecem para o analista. O Inter vai sangrar.
TÉCNICO – No passado, o Inter mudou várias vezes de técnico e só mostrou bola de segunda divisão. Muito natural que esteja onde está, na Série B. Este ano, a fórmula vai se repetindo. Não duvido que ali adiante troque Guto Ferreira, indo para o terceiro treinador em um semestre, praticamente. Não adiantou no ano passado, não vai adiantar neste.
JOGADORES – Por exclusão, a solução não é trocar de técnico. Se fosse, o Inter estaria em Tóquio, de tanto que vem adotando esta fórmula mágica. É inaceitável um jogo inteiro sem um chute na direção do gol. Mesmo na desorganização ofensiva, dá para ser mais efetivo. Era o Boa, e não o Barcelona. Alguém tem de bater no peito e tentar. Só D'Alessandro fez isso, sábado. Os outros, ao primeiro erro, desapareciam e davam o passe lateral.