A escalação de Michel, Maicon, Arthur e Ramiro juntos rende um bom debate. Se Renato optar por eles contra o Fluminense de Abel Braga, nesta quinta-feira, no Rio, já que não tem Lucas Barrios e Bolaños, eles não exercerão a mesma função. Dois deles, Arthur e Ramiro, trabalharão como meias.
Mas são todos, de fato, volantes de origem. Não está errado chamá-los assim. Só que, cada vez mais, estas definições perdem força e explicam pouco ou quase nada do jogo em si. Eles são meio-campistas, que marcam sem a bola e jogam com ela nos pés. Importa mais a característica do que a nomenclatura.
Sobrepor estilos parecidos pode limitar a profundidade e as ultrapassagens. Os quatro juntos me parece mesmo um tanto exagerado. Mas o desenho tático têm de ser visto assim, com funções a preencher – e não reduzindo tudo sempre a dois volantes, dois meias, dois atacantes.
Quando o maestro (sou fã de seu futebol) Douglas se lesionou, instalou-se o pânico. E agora, sem o camisa 10?
Que nada. As funções de armação se repartiram. O Grêmio seguiu voando.
Luan é meia ou atacante? Arthur é volante ou meia? Que importância isso tem, a não ser limitar as possibilidades de ambos? Os dois se encontram na faixa central, indo e vindo. Um é muito mais agudo. O outro, menos. Completam-se para o time. Um entende do riscado do outro.
Lembro daquele grande Corinthians de Vampeta, Rincón e Ricardinho. Marcelinho não ficava sobrecarregado na armação porque eram todos bons meio-campistas. O futebol é interessante por não ser tão simplório como dizem. E nem ser guiado por cartilhas eternas e repetidas até a exaustão, encaixadas em qualquer circunstância.