A discussão sobre Charles ou Fernando Bob/Anselmo/Fabinho ao lado de Dourado pode ser resumida numa frase.
Não dá, em dois jogos, para cravar se Charles será um grande volante, mas é certo que seus concorrentes não são.
Assim, a lógica sugere sequência ao novato para errar, acertar e aprender. O futebol não comporta mais jogadores lentos.
Não apenas volantes, mas goleiros, zagueiros, gandulas ou massagistas.
Não se admite apenas um passe enquanto a bola poderia rodar por muitos pés.
Esses segundos além garantem marcação adversária mais encaixada do que a renda do casal Tom Brady e Giselle Bündchen. Aí, o espaço não aparece. A possibilidade de criar vantagem numérica evapora.
Charles não flana pelo campo com a velocidade do som, mas seus concorrentes ainda são do tempo do slow motion.
O Grêmio passou Edinho adiante pensando nisso. Livrou-se de seu último espécime de volante que recebia a bola e enquadrava o corpo para o passe lateral.
Com Maicon, Walace, Ramiro e Jaílson no grupo foi campeão. Nenhum deles é paquidérmico.
A divisão entre faceiros e retranqueiros é velha não apenas na linguagem, mas na prática. Charles merece chance sem virar objeto desse baú arcaico.