Novidades no Caso Victor Ramos.
O Inter não seguirá adiante na tentativa de tirar pontos do Vitória pela suposta escalação irregular do zagueiro, que teria sido registrado fora dos parâmetros legais exigidos pela Fifa ao ser emprestado, do Palmeiras para o clube baiano, sem voltar ao Monterrey (MEX), detentor de seus direitos.
Esgotada a esfera brasileira, já que o STJD não aceitou a reabertura do processo, há um último caminho desportivo: a Corte Arbitral do Esporte, com sede em Lausanne, na Suíça. Um caminho que o Inter não trilhará, salvo tsunami repentino. Muito menos a Justiça Comum.
A ideia do presidente Marcelo Medeiros é aprender com os próprios erros, lamber feridas, jogar a Série B e voltar na bola, sem ter de dar satisfações a ninguém. Uma decisão digna. Minha posição sobre este aspecto é clara: a insistência de somar pontos no tapetão é feia. Não tem nada a ver com bola, gol, esporte, mérito.
A outra novidade tem a ver com o Caso Victor Ramos, mas sob outro prisma, fora das quatro linhas, e nele o Inter tem mesmo de se movimentar. Trata-se da alegação, por parte da CBF, de que o Inter teria apresentado documentos falsos para pedir o reexame do Caso Victor Ramos. Refiro-me à troca de e-mails do diretor de registro e transferência da entidade, Reynaldo Buzzoni, com um representante do Vitória.
De forma genérica, confusa, sem citar os nomes das pessoas físicas a quem acusa, talvez por medo das implicações de algo tão grave sem comprovação, a CBF pediu ao STJD que abra procedimento criminal por falsidade contra o Inter. Divulgou nota em que erra até o nome do tribunal (não existe Supremo Tribunal de Justiça Desportiva), alegando alteração dos e-mails descobertos pelo departamento juridico colorado.
Nos e-mails, Buzzoni orienta o Vitória a fazer transferência internacional. Só que, publicamente, sempre disse que tinha de ser nacional. Desde ontem, os advogados do Inter estão mais tranquilos, para além da reputação irretocável de Daniel Cravo e Rogério Pastl.
Não bastasse o resultado da perícia nos computadores do Beira-Rio, chancelando que os e-mails foram transcritos tal qual recebidos, uma descoberta. Buzzoni anexou documento que pode ser um tiro no pé no procedimento jurídico da CBF.
Ele pediu para um tabelião do 26º Ofício de Notas do Rio de Janeiro (ato notarial 026, livro 004, folhas 076/085) escriturar o conteúdo de suas próprias conversas eletrônicas. Só que, nelas, confirma a tese do Inter: transferência internacional.
Se o STJD abrir processo por falsidade, teria também de investigar o que está por trás das opiniões antagônicas de seu diretor. E isso poderia revolver denúncias que já foram objeto de reportagem da Folha de S. Paulo sobre o departamento de registro de modo geral.
E agora?
Aguardemos.