Encerrada a etapa do Gre-Nal, vai começar um particular torneio Sul-Minas na Copa do Brasil. Como Grêmio e Inter chegam para as semifinais, isso o Grande do Sul inteiro sabe muito bem.
O Inter considera a competição uma pedra em seu caminho único, que é não ser rebaixado no Brasileirão. Vai de time reserva, reforçado por Rodrigo Dourado, expulso no clássico. Talvez mais um ou dois titulares, como Danilo Fernandes ou Ernando. É bônus. Se classificar, ótimo. Se for eliminado, ótimo também.
O Grêmio, não. Vai para os dois jogos contra o Cruzeiro, o primeiro no Mineirão, com justificada mobilização. O hiato de títulos bateu nos 15 anos, um peso cada vez mais duro de carregar. Renato foi contratado para salvar o ano no mata-mata. É o contrário do Inter.
O Brasileirão é que é bônus tricolor, leia-se G-6. Daí reservas contra Sport e Figueirense. O voo fretado é a prova. BH nem é longe, mas vale tudo para descansar após o Gre-Nal. Tem plenas chances de chegar ao título. Mas e os mineiros, como se enxergam nesta disputa que começa nesta quarta-feira?
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DEFESA INVICTA – Em BH, apesar de o Cruzeiro estar lá embaixo na tabela do Brasileirão, há crença de que o título é possível, graças às maravilhas do mata-mata (eliminou o Corinthians) e a melhora no rendimento. Nos últimos cinco jogos em pontos corridos, a defesa está impermeável. Venceu Grêmio, Ponte Preta e Vitória sem levar gol e empatou em zero a zero com Palmeiras e Chapecoense. O fato de ter vencido em Salvador no domingo com time reserva trouxe alguma euforia.
VOLTA POR CIMA – O risco de rebaixamento praticamente sumiu do horizonte para o adversário gremista. Mano Menezes já pagou a conta de Paulo Bento e agora persegue um título que o recolocaria com toda a grife no mercado após trabalhos insatisfatórios desde que foi demitido na Seleção. Muito trabalho para o Grêmio no Mineirão, portanto, especialmente por criar e fazer poucos gols. Duelo igual.
DESCONFIANÇA – Apesar do G-3, a crônica mineira não confia no futebol do Atlético-MG. Vê fragilidades defensivas e dependência excessiva das individualidades. Nos últimos cinco jogos do Brasileirão, aplucou surras contra times do Z-4, aplicando 3 a 0 tanto no América quanto no Figueirense. Longe do Horto, surpreendeu a Ponte (2 a 1), perdeu para o Botafogo (3 a 2) e empatou sem gols com o Coritiba. Classificou-se nos pênaltis diante do Juventude, após derrota no tempo normal, no Alfredo Jaconi.
ELENCO FAVORITO – Marcelo Oliveira descansou peças contra o Figueirense, que por sua vez perdeu gols antes de a maionese desandar. Fábio Santos e Robinho entraram no segundo tempo. Marcos Rocha, Dátolo, Maicosuel e Carlos finalizam recuperação. Rafael Carioca estava suspenso. Pela variedade do elenco e de nomes como Robinho e Fred, o Atlético-MG é favorito. A menos que os reservas (reservas mesmo: até Anderson está ameaçado de jogar) encaixem outra atuação como aquela diante do Santos, no Beira-Rio.