Qualquer jornalista gaúcho, ao fazer o título da matéria do empate do Grêmio com o Corinthians, no domingo à noite, escreverá algo como:
Grêmio não consegue derrotar adversário que teve dois jogadores expulsos.
Realmente, é algo com o que o Grêmio deve se preocupar. No entanto, a história não aconteceu assim. Porque, nessa partida, o Corinthians foi o protagonista, e, o Grêmio, o coadjuvante. O título correto, se o jornalista fosse realmente equidistante, seria:
Corinthians consegue empatar, mesmo atuando com dois jogadores a menos.
Foi uma façanha. Demonstrando uma dedicação e uma concentração assombrosas, o Corinthians escreveu a história do jogo. Alguns de seus personagens, como o lateral Fagner e o zagueiro Gil, tiveram atuações impecáveis. E Luan, batendo-se sozinho contra a defesa do Grêmio, parecia o velho Luan Rei da América.
É verdade que, no primeiro tempo, o meio-campo mais técnico do Grêmio se impôs e envolveu o Corinthians. Mas, depois da primeira expulsão, os corintianos se remobilizaram, se acantonaram em sua área e não deixaram mais nada de importante acontecer.
O Grêmio não deixou de vencer; o Corinthians é que arrancou o empate.
Pepê e Jean Pyerre não estavam bem? Sim.
Ferreirinha não entrou, e podia ter entrado? Sim também.
Mas a noite era do Corinthians. Às vezes, é preciso lembrar que, em todo jogo, existe um adversário.