O Grêmio está desmontado técnica, tática e fisicamente. Sustenta-se apenas em algumas individualidades brilhantes, como Kannemann e Geromel. Ainda assim, como o meio-campo é desarticulado, esses dois se obrigam a avançar quase até o campo do adversário para roubar a bola. Ficam expostos, têm de correr mais do que o necessário e, assim, perdem vigor. Não foi à toa que Kannemann caiu, lesionado, no segundo tempo, como não foi à toa que Geromel foi expulso no fim da partida. Não é culpa deles; a culpa é do treinador, que armou mal sua equipe.
Lucas Silva parece tono no meio-campo, erra passes a todo momento e não é um marcador suficientemente forte para compensar a falta de habilidade. Éverton é inoperante. Tipo de jogador que corre muito e nada faz. Alisson é esforçado, mas não passa de um coadjuvante, e atacante de time grande não pode ser coadjuvante; tem de ser protagonista. Para arrematar, todos os goleiros do grupo são inconfiáveis.
Verdade que, contra o Atlético Goianiense, Vanderlei não teve culpa no gol. Ao contrário: ele gritou seis ou sete vezes que Édson estava desmarcado, pediu ajuda desesperadamente. Ninguém ajudou. Édson marcou o gol. Uma prova contundente de que o Grêmio está mal treinado – marcação em bola parada se decide antes do jogo, não na hora do lance.
O Atlético Goianiense dominou com facilidade o Grêmio, na partida de Goiânia. Merecia a vitória.
Se Romildo Bolzan não tomar uma atitude radical rapidamente, o Grêmio corre o risco de fazer fiasco nesse Campeonato Brasileiro. O time está a cada dia mais próximo do desastre.