A lógica do vírus é a lógica do amor, esse fogo que, como poetava Camões, arde sem se ver. Pois no momento de maior ardor e ardência dessa chama, o momento da paixão, os amantes são instados à entrega completa, irrestrita, sem limites e sem vergonha. Para citar outro poeta, Jonny Cash, os amantes querem ser um, ainda que não sejam os mesmos. E é aí que pulsa o pulso: depois todos os mistérios serem desvendados, desvenda-se também a fórmula da magia. E assim, desnudado, o amor se vai e a dor que o amante sente não é a que desatina sem doer: ela desatina e dói.
Diário do confinamento
Isolamento não é oposição, abertura não é governo
Há uma falsa dualidade na abordagem da pandemia
David Coimbra
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