Antes do Gre-Nal do segundo turno, previ que o vencedor do clássico seria o campeão brasileiro. Não foi um palpite; foi um cálculo. Sabia que Grêmio e Inter são melhores do que o São Paulo, que, na época, estava em primeiro lugar. Calculei que ambos o bateriam. O São Paulo, portanto, perderia seis pontos, e um dos dois da dupla Gre-Nal somaria seis. Se mantivessem o desempenho pregresso, seria o suficiente para ganhar o título. Só não contei com o Palmeiras, que vinha detrás, buzinando e dando sinal de luz.
Neste domingo (14), o Inter confirmou seu favoritismo sobre o São Paulo. Mas o Grêmio… Mesmo estando com seis reservas, o Grêmio foi muito pior do que poderia ter sido. Renato insiste em seus erros. O mais grave deles: escala Maicon e Cícero juntos e, assim, torna seu meio-campo lerdo e formal. Maicon e Cícero se anulam, jogam lado a lado, a cinco metros de distância um do outro. São dois pivôs no meio, quando se precisa apenas de um. O ideal seria ter um volante que se deslocasse para frente, abrindo o jogo, dando opções de passe.
O outro erro, terrível, não é só de Renato. É da direção também, porque é a direção que mantém jogadores de histórico inconfiável, como Bressan e Marcelo Oliveira. Domingo, Dudu enfiou a bola goela adentro de Marcelo Oliveira e Deyverson sapateou em cima Bressan. Luiz Felipe, previsivelmente, mandou que seu time atacasse pelo lado esquerdo da defesa do Grêmio, onde esses dois jogadores estariam, e foi por ali que o Palmeiras venceu. Era óbvio que Felipão faria isso. Qualquer técnico faria. Mas ninguém no Grêmio se deu conta dessa obviedade. Tinha de perder. Perdeu. E, se continuar assim, outra previsão que fiz antes do Gre-Nal se confirmará: o Grêmio não ganhará mais nada em 2018.