Dias atrás, um grupo de desmiolados invadiu o plenário do Congresso para pedir a volta da ditadura militar no Brasil. Segundo eles, a ditadura se justificava porque dava ao país segurança, desenvolvimento, empregos etc. Neste fim de semana, Fidel Castro morreu, e as esquerdas brasileiras o prantearam dolorosamente.
Segundo elas, a ditadura cubana se justifica porque deu ao país saúde e educação.
Há até quem relativize a ditadura cubana. É possível fazer isso. É possível relativizar a ditadura brasileira, também.
No Brasil dos militares talvez houvesse até mais liberdade do que na Cuba de Fidel. Por exemplo: os brasileiros podiam sair do país, se quisessem. De Cuba ninguém sai sem a permissão do governo.
Qual seria a “melhor” ditadura? O que uma ditadura tem de fornecer, para se justificar?
Sei qual é a resposta. Não é saúde, educação, empregos, segurança ou igualdade.
Não é nada disso.
Ditadura “boa” é a minha. A dos outros é ruim.
A esquerda brasileira concebe a democracia como uma formalidade a ser cumprida com algum enfaro.
A extrema direita brasileira, que clama pela volta dos generais, já passou por cima das formalidades: fala ditadura sem nenhuma vergonha, sem nenhuma demagogia.
Não consigo ver diferença entre nossos pequenos Fidéis e Médicis do século 21.