As marcas da enchente estão por todos os lados. Em um dos locais mais afetados, o Centro Histórico de Porto Alegre, os sinais ficaram nas paredes. E, incrivelmente, acima das marcas da primeira grande enchente, registrada em 1941. Para além da perda humana, tivemos prejuízos de todo tipo. O que se passou conosco em maio de 2024 vai ficar na memória para sempre. É uma espécie de cicatriz.
Quatro meses depois, ainda há gente morando na rua, toneladas de lixo em campos que antes eram estacionamentos. Os prejuízos são bilionários, milhares de pessoas perderam emprego, e o nosso aeroporto, o único internacional e a porta de entrada do Estado, está fechado para pousos e decolagens — a previsão de abertura é para o mês que vem.
Portanto, teríamos todos os motivos para cancelar tudo neste ano. Mas, não. É emocionante ver a resistência do nosso povo. Mesmo com todas as adversidades, os eventos, como a Expointer e outros tantos, foram feitos. Isso só foi possível porque demos as mãos.
Em um Estado historicamente marcado pela divisão, a união de todos fez a diferença. Como disse Hemingway quando publicou O Velho e o Mar: "O homem pode ser destruído, mas nunca derrotado".