Em agosto de 1954, o Brasil vivia uma convulsão política e social. Parte dos brasileiros, estava insatisfeito com a gestão do presidente populista Getúlio Vargas. O ambiente ficava mais tumultuado com a atuação do político e radialista Carlos Lacerda.
Ele incendiava a massa com seus discursos poderosos, no rádio, com o objetivo de abalar ainda mais o presidente. Getúlio já estava acossado pela oposição que o queria fora do governo.
Na noite do dia 5 de agosto, houve um episódio que é considerado a gota d'água do caso mais rumoroso do século 20 no Brasil. Depois de sair de um comício, Lacerda seguia para sua casa, na Rua Tonelero, no Rio de Janeiro, quando foi atacado por pistoleiros. O objetivo era matá-lo. Felizmente, ele foi ferido apenas no pé.
O atentado desencadeou eventos marcantes para o Brasil. Dezenove dias depois, no dia 24 de agosto, Getúlio Vargas cometeu o ato extremo de tirar a própria vida. O tiro fatal foi dado em seu quarto, no Palácio do Catete, sede do governo. O presidente deixou uma mensagem que dizia, entre outras coisas: "Saio da vida para entrar na história".
Quem leu a estupenda biografia escrita por Lira Neto sabe que Getúlio tinha tendência ao suicídio para virar mártir. Com a morte dele, se imaginou que o ambiente político iria melhorar.
Uma horda tomou as ruas do Rio para acompanhar o esquife do presidente morto sendo embarcado para seu Estado natal, o Rio Grande do Sul. Neste sábado, é dia de lembrar que faz 70 anos do dia que mudou o século 20 no Brasil.