Duplicação da BR-290, reforma tributária, medidas para evitar que enxurradas castiguem milhares de pessoas mais uma vez. Deveríamos estar falando desses assuntos, mas na manhã desta terça-feira (11) foi aprovada uma proposta com base em outra polêmica discutida na Assembleia Legislativa.
Uma palavra do Hino Rio-Grandense é ofensiva ou não? Certamente é. A escravidão é uma marca terrível na nossa história. Os negros foram tirados de suas casas, na África, comercializados e tratados com desumanidade. Povos foram acorrentados, colocados em países novos contra a sua vontade e submetidos a condições de trabalho que causam cansaço só de pensar.
Ainda bem, e antes tarde do que nunca, acabamos com a vilania. Mas os escravos foram deixados à própria sorte, depois da abolição de 1888, para "se virarem". Sinto asco do que os brasileiros e todos os países que têm essa chaga na sua história fizeram com os negros.
Mas também não sou adepto do revisionismo. Quando houve a troca de nome da avenida Castello Branco para Legalidade, apesar de achar que o movimento de 1961 foi um evento muito importante para nós, também não gostei da mudança. Me baseava, na época, na mesma ideia que tenho agora: não acho certo enquadrar o passado com nossas crenças atuais.
Não se muda a história porque no passado houve algo que, atualmente, nos agride.
Já conheci pessoas que, desavisadas e nascidas fora do RS, estranharam o fato de os gaúchos estufarem o peito para cantar o nosso hino. Vivemos em um dos poucos Estados em que o hino é cantado em todas as cerimônias oficiais. Que assim siga e do jeito que está, mesmo que alguém possa não gostar.