Ainda bem que terminou o primeiro turno da eleição para o governo do Estado. O eleitor não precisará mais ouvir tantas promessas inexequíveis, como as para a educação, por exemplo. Mas ainda deve ficar atento ao que prometem os políticos que foram para o segundo turno.
Em época de campanha eleitoral, ouvimos e lemos à exaustão de alguns candidatos que uma das soluções para a educação é fazer escola em turno integral. Ótima ideia, só que num mundo ideal. O problema é que o Rio Grande do Sul está longe do mundo ideal. Quem prometeu isso não conhece a realidade das escolas ou não teve preocupação com a precisão da informação. O fato é que os colégios não têm capacidade e estrutura para o aluno ficar mais tempo em aula. O candidato que disputa o governo precisa conhecer melhor a estrutura da rede estadual. Não adianta passar a jato pelos colégios e sair a fazer promessas sem base. Quem sabe a promessa de melhorar o ensino já seja um bom começo.
Reportagem de GZH, das colegas Laura Becker e Aline Ecker, constatou pelo menos seis escolas nas mais variadas partes do Estado que, por conta de obras, ainda estão com aulas remotas ou com as rotinas dos alunos modificadas. São poucas perto do total de colégios estaduais, mas não importa: deixar uma criança sem aula ou com aprendizado prejudicado é inadmissível. Há situações como uma unidade da Capital que está totalmente sem luz desde agosto. Desligou a rede elétrica por conta de um incêndio na caixa de energia. Lá, os alunos só têm aula de dia e em locais do prédio que tenham luz natural.
Como prometer tempo integral nessa situação? É certo que os alunos precisam passar mais um turno no ambiente escolar. O tempo poderá e precisa ser aumentado quando todas as escolas tiverem totais condições de atender aos alunos.