Poderia ter sido diferente: sem confusão, sem arengas políticas. Era tudo que não precisávamos agora, no meio de uma pandemia que completa 10 meses, um atraso para começar a vacinação.
Mas seria esperar demais das nossas autoridades em Brasília, que teve na figura do presidente Jair Bolsonaro um opositor ao uso da CoronaVac. Para quem pregou contra, restou o silêncio no dia mais importante da pandemia até agora.
Mas agora foi. A vacinação começou e com com ela vem o principal, comum em todas as nações mundiais: dar velocidade à imunização.
A Inglaterra, o primeiro país a usar a vacina, desde o dia 8 de dezembro, imunizou até agora em torno de 8% de sua população. Os Estados Unidos, 5%.
Ampliar a capacidade de aplicação das doses para que ela chegue logo ao maior número de pessoas não tem sido tarefa fácil. As escalas de produção e distribuição ainda são limitadas, o mundo todo quer vacina, e para atender à demanda é necessária muita organização, capacidade de investimento e disposição.
As 340 mil doses que serão trazidas nesta segunda-feira para o Rio Grande do Sul são um começo marcante. Mas ainda não cobrem o número suficiente de profissionais de saúde, por exemplo, que passam dos 360 mil. Idosos gaúchos acima dos 80 anos são 326 mil. Outros 260 mil têm idade entre 75 e 79 anos.
Ou seja, o primeiro lote é um começo marcante, histórico, mas que cobre apenas uma pequena faixa da população. A primeira leva é só o princípio de uma longa jornada que deverá levar o ano todo.