Enquanto as imagens da Praia do Rosa, em Santa Catarina, mostram milhares de pessoas aglomeradas na faixa de areia, sem máscara e num clima que ignora a pandemia, no vizinho Uruguai o verão tende a ser bem diferente. Preocupado com a situação da pandemia nos vizinhos Brasil, Argentina e Chile, o governo uruguaio começou a colocar em prática um plano de restrição de viagens ao país que inclui fechamento da fronteira em alguns pontos e pedido para que turistas evitem o país durante o verão.
O mais recente apelo sobre o respeito às novas regras partiu do Ministro do Turismo uruguaio, Germán Cardoso.
— Este ano não poderemos recebê-los como em outros verões. É uma exceção que estamos adotando com muita dor. Como anfitriões com uma grande vocação para os serviços, nada nos motivava mais do que compartilhar com vocês o turismo em alguns dos importantes destinos do Uruguai — afirmou o ministro em um vídeo divulgado em redes sociais.
O ministro ainda completou:
— Sempre recebemos (os turistas) de braços abertos. Mas neste ano não poderá ser assim. Confiamos que essa situação poderá se reverter no médio prazo. Quando isso passar, esperamos todos para o reencontro.
Na semana passada, o governo do Uruguai havia colocado o exército para viajar a fronteiras seca, em Rivera. O presidente, Luis Lacalle Pou, anunciou, na sexta-feira, que este será "um verão restrito em que as fronteiras estarão basicamente fechadas, salvo algumas exceções".
O turista que chegar ao Uruguai precisará cumprirá quarentena obrigatória, caso contrário sentirá "todo o peso da lei" garantiu o presidente. O visitante terá que apresentar teste negativo para covid-19 feito a menos de 72 horas e se submeter a quarentena de 14 dias. Lacalle Pou usou como exemplo a Europa, que durante o verão as fronteiras para turismo entre países do continente e o números de novos casos de coronavírus disparou em várias regiões.
O Uruguai não está brincando com a pandemia, e é fácil entender o desempenho do país. O país tem 2.700 casos de coronavírus e desde o início da pandemia registrou 63 mortes, o que equivale ao total de vítimas em apenas um dia no Rio Grande do Sul durante o período mais grave da doença. Desde março, vem adotando medidas de restrição e de distanciamento social e mesmo agora, com o recuo das taxas de novos casos aqui no Brasil, o alerta sobre o grande movimento de entrada de turistas estrangeiros fez o país impor o rigor de medidas severas.