Sem uma vacina que possa combater o coronavírus, o mundo todo se vê sobressaltado pela doença. A semana começa diferente para os gaúchos, com vários medidas de restrição em locais públicos e privados, suspensão de aulas em alguns colégios e universidades e a elementar orientação em tempos de crise sanitária: evite aglomerações. Não há nenhum exagero - tampouco clima de "histeria" - nestas ações. Embora inicial, o estágio do coronavírus aqui no Rio Grande do Sul - escrevo quando temos sete casos confirmados - é nesta fase que são adotadas medidas decisivas para a tentativa de controle do vírus. Estancar o contágio agora vai evitar a rápida superlotação dos hospitais com pacientes infectados e com sintomas mais graves.
As estatísticas mostram que os países que tomaram medidas restritivas nos estágios iniciais da epidemia tiveram os melhores resultados - entre eles Coreia do Sul e Cingapura. Na Itália, o país europeu com mais infectados e mortos, o governo demorou a entender a gravidade da situação, hesitou no controle e só tomou medidas mais rigorosas semanas depois dos primeiros casos. De Milão, região com mais infectados, o jornalista brasileiro Evandro Fontana conta que num primeiro momento houve ceticismo.
— Aqui todo mundo achava que ia ser uma marolinha. Agora toda a Itália está confinada.
Com as competições de futebol, aulas na UFRGS e algumas escolas particulares suspensas, a tendência é que a partir de hoje haja uma adesão maior por medidas que possam evitar a concentração de pessoas em ambientes fechados. O desafio das autoridades agora é inculcar nos gaúchos a necessidade da prevenção.
— A responsabilidade individual é fundamental para conter a propagação do coronavírus. Se cada um seguir as orientações de higiene, ficar em quarentena quando necessário e não entrar em pânico superlotando as emergências desnecessariamente, vamos debelar essa crise — diz o presidente do Conselho Regional de Medicina, Eduardo Neubarth Trindade.