Na coluna anterior, atendendo a um apelo direto da Rosane de Oliveira (sua crônica se intitula "Tipo assim, professor Moreno?"), comentei – mas não comemorei – a inegável ascensão da palavra tipo no discurso falado, onde vem substituir, com perigosa facilidade, construções clássicas de comparação como "mais ou menos", "como se fosse", "foi como se", "algo assim como" e muitas outras que a língua nos oferece. Reconheço que ela é prática (afinal, por que carregar um chaveiro completo, se essa chave passe-partout consegue abrir todas as portas?), mas não gosto dela, assim como não gosto de qualquer mecanismo redutor que despreze as sutilezas e ignore as diferenças semânticas que nossa língua conseguiu entesourar ao longo de sua existência.
O prazer das palavras
Tipo assim, Rosane de Oliveira (final)
Nas redações, existe confusão entre a linguagem da ciência com a da imprensa, que deve ser universal
Cláudio Moreno
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