O Grêmio ainda não entendeu o que está acontecendo. Os maus resultados do time não parecem ter um diagnóstico definido por quem comanda o clube. Até o momento, a única justificativa é a do técnico Renato, que coloca na enchente, e suas consequências, o principal motivo do fracasso do seu time no Campeonato Brasileiro. O Grêmio parece se negar a enfrentar os seus próprios erros.
O fato de atuar nove jogos como mandante longe de Porto Alegre, evidentemente, prejudicou o rendimento do time, mas imaginar que essa é a razão para tamanha incompetência não condiz com a grandeza do próprio Grêmio. Um trabalho que não conseguiu montar uma equipe titular não pode colocar em algum fator externo as dificuldades do momento. Olhar para dentro não deveria ser tão difícil, e a solução não virá com esta conduta.
O Grêmio apresenta, em novembro, jogadores fora de forma, atletas que não conseguiram sair do departamento médico e um ambiente que não demonstra unidade. Se fala até mesmo em profissionais desmotivados. A utilização dos jogadores, mais uma vez, não parece ter um critério definido pelo mérito. A falta de comunicação entre o departamento de futebol e Renato deixa, por exemplo, o maior investimento do Grêmio (Arezo) com poucos minutos em campo, gerando mais desconforto. Esses pontos estão escancarados, e, com certeza, deveriam ser motivo de análise pelo clube.
Criticar as próprias condutas não é uma lógica natural em ambientes políticos e no Grêmio isso não diferente. O clube vem brigando por poder há bastante tempo e as tomadas de decisão têm na vaidade e no populismo ingredientes bem presentes. Renato, pelo que mostrou nos últimos anos, se mantém poderoso exatamente por estes pontos. Demitir um ídolo sempre representa marcas e riscos políticos, mesmo que isso pudesse representar algo muito positivo para o Grêmio.
Por tudo, a dificuldade de encontrar um diagnóstico para os problemas do Grêmio se arrasta, e o clube definha, se atrasa. Está na hora de deixar a vaidade e o poder de lado e decidir pelo bem do Grêmio. Não podemos perder mais tempo.