Em 3 de setembro de 1974, ingressei na Central do Interior da Caldas Jr., marcando o início de uma jornada profissional que me proporcionou vivências inesquecíveis ao longo dos últimos 50 anos. Tinha apenas 19 anos e recém havia iniciado a faculdade. Sem experiência prévia, fui convidado a integrar uma equipe que valorizava a formação de novos talentos, sob a liderança do ex-governador Antônio Britto Filho. Permaneci na empresa por 10 anos, com passagens pela Rádio Guaíba e pelo Correio do Povo. A falência do jornal de Breno Caldas em 1984 me levou à Rádio Gaúcha, onde estou há 40 anos.
Apuração rigorosa, verificação de fontes e checagem dos fatos são elementos essenciais para distinguir notícia de ficção
Aproveito este marco importante para destacar um princípio que aprendi muito cedo com meus chefes e colegas: usar o jornalismo como instrumento a serviço do cidadão. É uma regra de ouro que jamais esqueci. A base desse trabalho inclui técnicas e valores que diferenciam sobremaneira o conteúdo produzido por um jornalista profissional do gerado por leigos. Apuração rigorosa, verificação de fontes e checagem dos fatos são elementos essenciais para distinguir notícia de ficção.
Essa capacidade de separar fatos de inverdades ficou mais relevante ainda com o avanço da comunicação digital. Hoje, as redes sociais permitem que qualquer indivíduo produza e divulgue material informativo. De um lado, a revolução tecnológica ampliou a liberdade de expressão, dando voz a milhões de pessoas. Ao mesmo tempo, porém, permitiu o surgimento de narrativas sensacionalistas, falsas e polarizadas, sem o menor compromisso com a verdade. A praga das fake news virou uma grande ameaça social ao tentar manipular processos eleitorais, destruir reputações e corroer instituições.
Nessas horas, o jornalismo profissional funciona como um farol capaz de guiar a sociedade no nevoeiro da desinformação. Garantindo a precisão e a confiabilidade das notícias, o jornalista contribui para a formação de uma coletividade crítica e engajada, capaz de tomar decisões com maior consciência e autonomia. Ao completar 50 anos de profissão, vejo com muita alegria que minha profissão segue mais relevante do que nunca. Viva o jornalismo!