O que mais tenho feito nesta cobertura nos Estados Unidos é perguntar para as pessoas se elas já votaram, se votarão e o que pensam dos candidatos.
A primeira pessoa com quem conversei na Filadélfia, onde cheguei na manhã de sábado (2), já me deixou bem claro porque este é um Estado pêndulo.
O motorista do Uber mais parecia garoto propaganda de um local dividido. Primeiro porque não tinha certeza se votaria na terça-feira (5). Ainda está analisando. Mas principalmente por explicar na prática o que é um swing state.
Acostumado a votar em candidatos democratas, desta vez, se votar, será no republicano Donald Trump. Em 2020 ele votou no atual presidente, Joe Biden, exatamente contra Trump.
Essa é a tônica dos Estados-pêndulo. Eles até podem ter sua preferência, mas não têm a fidelidade de Estados já definidos para um ou outro partido. Trocam de lado com naturalidade, sem pudor.
O motivo para votar em Trump é a economia que, segundo ele, ia melhor há quatro anos, quando o republicano estava no comando. O homem, porém, disse que não pode esquecer da forma como Trump tratou a pandemia de covid-19, o que pesa contra um possível voto.
Nas ruas, a propaganda é tímida. Muito discreta. Andei pela parte histórica e, em cerca de cinco quilômetros, vi apenas referências à candidata Kamala Harris. Em vitrine de loja e em uma parte da cidade que reúne a comunidade LGBT, só vi Kamala.