A eleição de Marco La Porta e Yane Marques para os cargos de presidente e vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) para o ciclo Los Angeles-2028 é uma vitória dos atletas.
La Porta e Yane venceram por 30 a 25 com a decisiva participação dos atletas, que votaram em bloco e deram todos os 19 votos da Comissão de Atletas para a chapa vencedora. E, para que isso ocorresse, uma grande mobilização foi formada. Muitos vieram até mesmo do Exterior para participar do pleito, sabedores que seriam decisivos.
Conversei com os então candidatos há alguns dias no programa Gaúcha Olímpica, na Rádio Gaúcha, e encontrei uma sintonia muito grande e um entusiasmo gigantesco em renovar.
Se La Porta esteve na gestão anterior, como vice, e saiu por divergências na forma como tratar algumas questões, como a demissão de Jorge Bichara, então diretor esportivo do COB, Yane era a presidente da Comissão de Atletas e representa um ineditismo.
Yane foi a primeira medalhista do Brasil no pentatlo em Londres-2012 e agora é a primeira mulher eleita para um cargo do mais alto escalão da entidade em 120 anos de existência.
Um fator que me chamou atenção na conversa com os dois foi a ideia de tratar com carinho as categorias de base. Como disse La Porta, Los Angeles-2028 já está chegando e é necessário pensar em Brisbane-2032, assim como é preciso descentralizar o esporte no país.
E, para que isso ocorra, nada melhor que utilizar outros centros de treinamento pelo país, que tenham a chancela do COB, para que possam dispor para os atletas o melhor possível. A atual gestão fechou uma parceria com o Centro de Formação Olímpica (CFO) em Fortaleza. E aqui já fica um desafio: que o Centro Estadual de Treinamentos (CETE) seja um desses pólos. O esporte gaúcho precisa e merece.
Que nossos gestores estaduais busquem o COB para que um Estado tão formador como o nosso não assista seus filhos competindo por outras equipes. Com estrutura, eles podem seguir aqui. Sogipa, União, Veleiros e Jangadeiros são a prova disso.
Paulo Wanderley agora terá que encaminhar uma transição. Foram sete anos ocupando o cargo e em suas mãos o esporte brasileiro evoluiu muito. Mas respirar novos ares é necessário. Faz bem para todos e é algo que nos faz lembrar que a democracia existe.
Que Marco La Porta e Yane Marques tenham a sensibilidade de dirigir o esporte olímpico brasileiro pensando na evolução. Que possam colocar em prática todas as ótimas ideias apresentadas durante a campanha.
Como muitos, ainda sigo sonhando com o Brasil sendo potência olímpica.