![LIONEL BONAVENTURE / AFP LIONEL BONAVENTURE / AFP](https://www.rbsdirect.com.br/filestore/3/2/7/4/3/8/4_4f1d6708bca98d7/4834723_5f55badb4e41c8b.jpg?w=700)
Uma das mais belas páginas da história do esporte brasileiro foi escrita em Antuérpia, nesta quarta-feira (4). Com uma atuação impressionante, a seleção feminina de ginástica artística conquistou uma inédita e histórica medalha de prata por equipes no Campeonato Mundial. E para vencer o Brasil, os Estados Unidos precisaram de Simone Biles, que exatamente nesta competição voltou a competir depois de dois anos afastada para tratar da saúde mental.
A prata com gosto de ouro faz emocionar quem gosta e vive o esporte olímpico. E confesso que ver essas meninas brilhando na Bélgica fez uma ou outra lágrima cair. Sim, o esporte pode emocionar não só pelo resultado. Ainda mais quando se tem a chance de conhecer um pouco que seja da história de cada atleta e do que eles (as) precisam superar para atingir o alto rendimento.
Não é apenas o árduo trabalho de treinos, mesmo que sendo privilegiados (as) em fazer esporte em um país que não tem política para o esporte, que deveria ser inclusivo, praticado e incentivado desde a escola.
E todas as seis atletas que representaram o esporte brasileiro têm uma história por trás desta medalha. Inclusive a multicampeã e fenômeno Rebeca Andrade. São lesões, frustrações, sentimento de medo, por vezes vontade de desistir. Mas elas foram e são impressionantes.
Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira, Júlia Soares e Carolyne Pedro competiram por elas e por Daiane dos Santos, Daniele Hypólito, Tatiana Figueiredo, Cláudia Magalhães, Luisa Parente, Camila Comin, Lilian Carrascozza, Silvia Mendes, Adriana Silami, Leticia Ishii, Soraya Carvalho, Laís Souza e tantas outras que em algum momento estiveram representando o Brasil em competições mundo afora, seja conquistando medalhas ou apenas participando e contribuindo para o crescimento da modalidade.
Em fevereiro deste ano, em uma visita ao CT do Time Brasil, tive o privilégio de acompanhar um treino da seleção, de conversar com elas, com o treinador Francisco Porath Neto e ouvir de todos sobre o objetivo de trabalhar em equipe, de conquistar medalhas, de servir como exemplo para novas meninas e meninos.
Ao falar do Chico Portah temos que reverenciar a ucraniana Iryna Ilyashenko, que está por aqui ajudando nesse crescimento, e a gaúcha Adriana Alves, a primeira técnica de Daiane dos Santos e que hoje é a coordenadora técnica da seleção. Este trio representa todos os treinadores, professores e professoras que ensinam ginástica e esporte Brasil afora.
A medalha desta quarta na Antuérpia é de toda a ginástica, mas também do esporte brasileiro. Estas seis meninas/mulheres, devem servir de exemplo e ser espelho para novas gerações.