A primeira edição do Campeonato Mundial de Corrida de Rua, que será realizada neste domingo (1) em Riga, na Letônia, será especial para os 11 representantes do Brasil, entre eles a gaúcha Jaqueline Weber, que segue sua busca por vaga nos Jogos de Paris 2024.
O evento será aberto também para o público em geral numa ação da World Athletics (WA), em conjunto com o Comitê Organizador, de promover os eventos de massa e o encontro de atletas de alto nível com os corredores que usam o esporte para a melhor qualidade de vida.
Ao todo, 348 atletas de elite (151 mulheres e 197 homens), de 57 países, incluindo campeões olímpicos e mundiais, disputarão as provas.
A prova de Jaqueline será disputada às 7h (de Brasília). Em meio aos treinos e adaptação ao fuso, ela falou ao programa Gaúcha 2024 da Rádio Gaúcha.
Como esta sendo a semana, com treinos e adaptação ao fuso horário?
A gente sofre um pouco, são 6 horas, mas faz parte do processo. Está é a primeira edição do Mundial de Corrida de Rua e então é tudo muito novo, inclusive para os atletas. A milha de rua nunca teve um Mundial, algo que já acontece na meia-maratona, por exemplo. E é gratificante estar nesse momento histórico para o atletismo mundial, representando a seleção brasileira.
E as diferenças da milha (1.609m) para os 1500m e as provas de pista ?
Pra mim é uma prova diferente. Ela (milha) é um clássico do atletismo. Na Europa e nos EUA tem muitos eventos de corrida de rua, com a milha, mas no Brasil não é muito comum. Para mim também vai ser novidade a questão de correr na rua. Para nós, que corremos pista, o fato de não ter volta nos tira um pouco da referência. Esse será o grande desafio, administrar o ritmo da prova sem saber as parciais a cada metragem. E claro tem as adversárias. Na minha prova terá a recordista mundial dos 1.500m, a queniana Faith Kipyegon, um dos grandes nomes do atletismo mundial e que tem todos os holofotes nela. Ela pretende fazer uma marca histórica e isso deve elevar o nível (da disputa). Mas eu espero fazer uma boa marca e estou muito empolgada em participar dessa competição.
E depois do Mundial na Letônia, vem os Jogos Pan-Americanos no Chile pra encerrar a temporada ?
Se lá no início do ano eu olhasse todo o calendário, que foi extenso, que não é normal o atletismo se estender até novembro, e eu tivesse que escolher em que prova do ano eu gostaria de estar seriam os Jogos Pan-Americanos. Estar representando o Brasil no maior evento multiesportivo das Américas, a menos de um ano da Olimpíada é muito gratificante. Esse Mundial inclusive faz parte da preparação. Daqui eu vou direto para Paipa, na Colômbia, onde vou ficar cerca de 20 dias fazendo treinamento de altitude. Depois vou ao Brasil para fazer uns ajustes e na semana da prova vou para Santiago e a mina expectativa é alta. Eu quero muito estar na final dos 800n e brigar por medalha, que é um dos meus objetivos de carreira. Tentar fechar 2023 com chave de ouro. Se não vier a medalha, melhorar minha marca pessoal, o que será importante na corrida de classificação olímpica. Terminar a temporada e já focar em 2024 e fazer acontecer o maior sonho da carreira, que é disputar os Jogos Olímpicos.
Aliás, está é a melhor da sua carreira ?
A melhor da minha carreira, quase perfeita. O desafio é melhor marcas pessoais e eu consegui duas vezes nos 1.500m e uma nos 800m e isso me levou a quatro convocações para a seleção brasileira. Com certeza o melhor ano da minha carreira, em termos de resultados. Em algum momento cheguei a ficar insatisfeita com meu desempenho, mas melhorei a partir do Mundial e agora é a reta final, com a ideia de fechar o ano muito bem e deixar encaminhada a vaga olímpica. Quando mais pontos eu somar, melhor. Aproveitar o Pan, ir bem nos 800m e ficar mais perto de Paris em 2024.