A história continua sendo feita diante de nossos olhos e bem aqui em Porto Alegre. Uma combinação de determinação, técnica e talento aperfeiçoados no DNA de um clube que é a maior potência de judô do Brasil. Claro que estou falando de Mayra Aguiar, única judoca brasileira tricampeã mundial, entre homens e mulheres, e da Sogipa, clube que soma seis das nove medalhas brasileiras na história dos mundiais da modalidade.

Num Estado dominado pelo futebol, onde a dor na unha de um jogador da dupla Gre-Nal ou uma entrevista, mesmo que para reclamar das críticas ou da arbitragem, de um dirigente é muito mais valorizada pelo público e também pela imprensa, é hora de se dar o real valor a atletas extraordinários, como Mayra Aguiar.

Mas não é apenas a judoca de 31 anos, que já é sem dúvida uma da três maiores atletas mulheres da história olímpica do país, que merece esse reconhecimento. Temos muitos grandes nomes aqui, que já marcaram história e seguem escrevendo belas páginas na história do esporte.

Assim como temos um treinador dos mais importantes do esporte do país. Afinal, Antônio Carlos "Kiko" Pereira é o grande responsável pelos seis títulos mundiais do judô gaúcho e é o grande mentor destes atletas. Aliás, merecidamente, Kiko está à frente da seleção brasileira masculina e os resultados já começam a surgir. 

Só pra lembrar, foi através de seus ensinamentos que João Derly se tornou bicampeão do mundo, o que foi decisivo para inspirar a história vencedora do judô da Sogipa, que atrai atletas de outros estados, como foi o paulista Tiago Camilo, que veio para cá para se tornar campeão do mundo em 2007, ou a brasiliense Ketleyn Quadros, bronze nos Jogos de Pequim 2008 e que está em seu segundo ciclo olímpico como atleta do clube gaúcho.

Portanto, vamos valorizar o esporte e não só o futebol. Vamos valorizar a Mayra, a Maria Portela, o Kiko, a Viviane Jungblut, o Paulão, o Lucão, a Babi Arenhart, o Almir Júnior, o Arataca, o Rodrigo Barbosa, o Ricardinho, a Fernanda Oliveira, a Ana Barbachan, o Samory Uiki, a Andreza Lima, a Daiane dos Santos, a Fernanda Garay e tantos outros que fizeram e fazem a história do esporte gaúcho e brasileiro. 

É preciso mudar essa cultura esportiva.