Cabocla voltou ao ar, nesta semana, na faixa Edição Especial, da Globo. Exibida originalmente em 2004, a segunda versão da obra de Benedito Ruy Barbosa, escrita pelas filhas do autor, Edmara e Edilene Barbosa, fez muito sucesso e, até hoje, causa nostalgia no público e no elenco. Que o diga Regiane Alves, intérprete de Belinha.
Na trama, a jovem romântica é filha do coronel Boanerges (Tony Ramos) e Emerenciana (Patrícia Pillar) e volta à casa dos pais após estudar na capital. No retorno à fazenda, se apaixona por Neco (Danton Mello), filho do coronel Justino (Mauro Mendonça), que é inimigo político de Boanerges. Sobre a reprise de Cabocla, Regiane não poupa elogios à novela:
— Se alguém me perguntar um ano em que queria voltar na vida, eu diria que 2004, quando fiz a novela. Era muito gratificante estar com as pessoas da equipe e elenco, e foi uma história linda de contar. Até hoje, temos um grupo de rede social em que conversamos, trocamos informações, comentamos assuntos. Em tudo relacionado a esse trabalho, a minha sensação sempre vai ser a de nostalgia, de um dos melhores momentos da minha vida, da minha carreira. É a sensação de poder rever um momento bom, que eu tenho muito carinho por todo mundo envolvido. É um grande trabalho também, sinto muito orgulho de ter feito. Vai ser maravilhoso rever e com certeza no dia da estreia estarei assistindo.
"Estava cansada"
Meses antes de viver Belinha em Cabocla, a artista havia interpretado a polêmica Dóris em Mulheres Apaixonadas (2003), personagem que gerou indignação no público por maltratar os avós na trama de Manoel Carlos. Na época em que a novela estava no ar, Regiane chegou a ser agredida nas ruas.
— Esse trabalho (em Cabocla) teve um significado muito especial, porque acabou sendo logo depois de Mulheres Apaixonadas. Eu estava saindo da Dóris para uma personagem que representava exatamente o oposto. Naquele ano, eu tinha a dificuldade, como atriz, de poder mostrar uma outra faceta do meu trabalho, embora a versatilidade sempre tenha sido forte na minha trajetória. Eu estava cansada, vindo de uma novela intensa. Mas quando eu recebi o convite, fui aconselhada por pessoas próximas a fazer, porque seria muito bom para a minha carreira. E realmente foi. Um trabalho de muita importância, de muito aprendizado — explica Regiane que, após 24 anos, encerrou seu contrato fixo com a Globo no ano passado.
Parcerias
Para a atriz, outro ponto forte de sua atuação em Cabocla foi a parceria com os colegas de elenco:
— Mais uma vez, eu estava repetindo a dose com o Mauro Mendonça, que foi meu pai em A Muralha (2000). De repente, eu estava ali com ele de novo. Com a Patrícia (Pillar), com o Tony (Ramos), que tinham uma relação mais próxima com minha personagem. Eu tinha trabalhado com ele (Tony) nas novelas de Manoel Carlos, mas, ali, a gente tinha um núcleo tão especial com a Patrícia. Estive com a Vera Holtz, presenciei o início de Vanessa Giácomo. Esse trabalho realmente significa muito sobre relacionamentos, sobre parcerias, sobre equipe, sobre um bom texto. É muito especial na minha carreira.