Rosto conhecido no jornalismo da RBS TV há 14 anos, Giulia Perachi, 35 anos, surpreendeu o público com a transição de carreira para o entretenimento. Desde fevereiro, a gaúcha de Guaíba, que se formou na PUCRS em 2010, se prepara para o projeto do Baita Sábado, que estreia na telinha em 13 de abril. Ela vai dividir o comando da atração com Cris Silva.
A seguir, confira o bate-papo com Giulia, que comenta sobre a mudança na trajetória profissional e como se prepara para encarar este baita desafio.
Sua transição do jornalismo para o entretenimento está chamando a atenção do público. Por que optou por essa mudança na carreira?
Eu acho que essa mudança começou a ser desenhada inconscientemente mesmo. Quando eu fiz a transição da reportagem para a previsão do tempo no Jornal do Almoço (em junho do ano passado), assumi o desafio de dar uma cara nova para o quadro e de dar o meu jeito. Eu acabei buscando muita referência em rede social para contar as coisas de um jeito divertido. Como não usava os mapas, tinha que inventar alguma coisa a cada dia. E aí, acabei descobrindo um lado meu divertido e mais solto. E isso acabou me revelando, acabou chamando a atenção de outras pessoas também dentro da empresa. Aceitar este desafio é um movimento de carreira muito bacana, porque eu já estou na RBS há 14 anos, né? É o meu primeiro e único emprego até hoje. Eu fiquei muito feliz, porque é uma coisa nova. Eu pude participar da criação deste programa, do que a gente quer colocar neste programa desde o começo. Isso me motivou muito, de criar algo que não exista. E eu acho que a vida é movimento. Estava na hora de me movimentar de novo.
Visualmente, o que que mudou para encarar este novo desafio? No seu estilo?
Agora, posso ser mais eu. No jornalismo, a gente tem toda uma limitação de regras, de roupas menos estampadas, acessórios menores. Mesmo assim, ia colocando o meu jeito nos figurinos. Mas agora, posso trazer mais informação de moda, ter um lado um pouquinho mais fashionista, usar um laço, um óculos de sol diferente, que são coisas que as pessoas, nas minhas redes sociais, já sabem como sou.
Nunca tinha pensado em trabalhar com entretenimento?
Eu sempre tive, como brinco, uma veia blogueirinha (risos). Quando estava na faculdade, tinha um blog de moda. Desde que fiz minha conta no Instagram, em 2013, trazia receitas, dietas. Eu sempre gostei do soft jornalismo, mas nunca me imaginei neste momento. Acho que, inconscientemente, eu fui trilhando esse caminho. É incrível como a nossa vida vai se desenhando e nos encaminhando. Então, não imaginava mesmo. Mas se analisar a minha carreira hoje, inconscientemente, caminhei para isso.
Como o público está reagindo à novidade?
Eu acho incrível esse senso de comunidade que a gente cria com pessoas muito engajadas em rede social. Eu tenho uma comunidade muito forte. Isso é muito legal. Porque é uma troca muito próxima, né? Desde perguntas sobre onde compro algumas coisas até a torcida mesmo. As pessoas desejando sucesso e sorte. Muitas pessoas ficaram bravas, porque eu não contei antes, porém não podia contar. Mas é muito bacana essa torcida.
Como é a aproximação com o público do programa?
Tenho muitos exemplos do nosso público na minha vida: minha mãe, minhas tias, mães de amigas. Então, o que essas pessoas gostam de ver? O que elas gostam de ver é o que a gente também gosta, como culinária, receitas, saúde, bem-estar, falar disso de uma forma que seja útil. Por mais que o público seja composto, em sua maioria, por mulheres com mais de 50 anos, todo mundo acaba se conectando. O público-alvo é esse, mas o programa se comunica com várias fatias da audiência.
Seu perfil no Instagram tem dicas de moda, beleza, viagens e bem-estar. Vai mudar alguma coisa por lá também?
A partir de agora, as pessoas já entenderam que vão acompanhar muito mais meu estilo de vida mesmo. Obviamente, vou seguir com o tema das viagens, que é uma coisa da qual gosto muito. Vai ter dica de estilo, que eu gosto muito também. Vai ter muita coisa de saúde, muita coisa de alimentação, é um estilo de vida que eu trago há alguns anos. Então, isso vai estar cada vez mais presente. E é isso, é o universo feminino mesmo. É o que eu sempre gostei de fazer e que, agora, vou pode fazer com mais propriedade.
Falando em vida pessoal, você está noiva?
Sim, sou noiva do Marcelo (Cabral, jornalista e editor-chefe do Globo Esporte na RBS TV). Só que ele é low profile (risos). Nós somos assim, eu sou a espevitada, ele é mais na dele. E é por isso que dá certo também, eu acho. Um equilibra o outro. Estamos juntos há 10 anos, mas há uma vida toda por trás do Instagram, não necessariamente as pessoas querem aparecer. E a gente tem que respeitar isso. E eu também não compartilho tudo da minha vida, né? Claro. Eu compartilho o que eu acho interessante para as pessoas.
Está preparada para enfrentar, cada vez mais, a curiosidade do público a respeito da sua vida pessoal?
Estou preparada. E é muito o que a gente tem nas redes, né? Eu acho que é assim: vai ali na rede social que entende exatamente como eu sou. A pessoa entende que eu sou noiva, que eu tenho cachorro. E é isso aí, sabe? Mas acho que é uma questão de saber dosar. E, às vezes, é engraçado. Eu notei isso muito com a visibilidade do JA, de as pessoas reconhecerem muito mais na rua, mas não terem tanta certeza de que sou eu. Afinal, nem sempre estou na rua, no supermercado, como apareço na TV.