Para a interconexão de dados gerados nas lavouras avançar no Brasil será preciso também resolver problemas de infraestrutura no país, como o baixo acesso à internet. A conectividade no meio rural, baixa ou inexistente, é um dos limitantes para o uso de dados que possam apoiar decisões rápidas e assertivas. Em uma tentativa de reverter esse cenário, oito grandes empresas de tecnologia agrícola e de telefonia se uniram para levar banda larga móvel às propriedades rurais, no projeto ConectarAgro.
Lançada durante a feira de Ribeirão Preto (SP), a iniciativa pretende cobrir até o final do ano mais de 5 milhões de hectares no campo.
A proposta prevê a instalação de torres com tecnologia aberta 4G 700 MHZ, com abrangência nacional e capacidade para cobertura em um raio de até 30 mil hectares.
— Boa parte dos dados gerados na lavoura acabam ficando lá, pela baixa conectividade à internet. Acreditamos que, com essa iniciativa, poderemos reverter essa realidade — afirma Gregory Riordan, diretor de soluções de precisão e telemática da CNH Industrial.
Além da CNH, que congrega as marcas Case IH e New Holland, a iniciativa inclui a Bayer (dona da Climate FieldView), AGCO (da Massey Ferguson e Valtra), Jacto, Nokia, Solinftec, TIM e Trimble.
Avanço na cobertura pode ser viabilizado por cooperativas
Cerca de 800 mil hectares receberam a instalação de torres e já estão cobertos por internet em grandes grupos do agronegócio em Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia. Segundo a operadora TIM, que prestará o serviço de telefonia, o avanço em áreas de médios produtores se dará principalmente por meio de cooperativas.
— Já temos algumas tratativas para projetos-piloto no Paraná e no Rio Grande do Sul —adiantou Rafael Marquez, diretor de marketing para o mercado corporativo da TIM.
O custo da instalação da antena pode variar de um quarto a meia saca de soja por hectare, dependendo da topografia da região. O valor total calculado hoje é de R$ 500 mil a R$ 1 milhão, mais a manutenção mensal.
*A repórter viajou a convite de um pool de empresas