Agora, a conversa é com o homem com a chave do cofre. Entidades ligadas ao agronegócio e parlamentares conseguiram brecha na agenda do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e vão usar os preciosos minutos com ele para tentar convencer o governo a dar aval para suplementar os recursos para subvenção do seguro rural.
Nem que seja pelo menos para cobrir as parcelas de produtores que já contam prejuízos na produção - uva, maçã e frutas com caroço. A geada e o granizo destruíram muitos parreirais, com perdas médias de 50%, mas de até 95% em algumas propriedades. Para esses agricultores, ter de arcar com o custo da parcela é inviável.
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Nesta quarta-feira, em reunião no Ministério da Fazenda com secretários da pasta, a proposta foi liberar entre R$ 55 milhões e R$ 60 milhões para esses setores. O Rio Grande do Sul precisaria de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões.
- Está se trabalhando nisso. Por enquanto, não há ainda nada garantido - afirma o deputado Elton Weber (PSB), presidente da Frente Parlamentar da Vitivinicultura e da Fruticultura na Assembleia Legislativa.
Detalhe importante: fruticultores não podem contratar o Proagro. A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, também ouviu a preocupação do grupo - que conta com entidades como o Ibravin - com a falta de dinheiro, mas afirmou que não poderia se comprometer sem ter a posição da Fazenda e do Planejamento.
O desequilíbrio ocorreu porque o pagamento de R$ 300 milhões de 2014 foi empurrado para este ano. Como o cobertor é curto, o valor fez falta para a safra 2015/2016.
- O secretário de Política Agrícola, André Nassar, está preparando um resumo. Vamos ver quanto, efetivamente, já foi pago desses R$ 300 milhões que ficaram em haver - explica o deputado Luis Carlos Heinze (PP), que fará coro ao pedido de suplementação para produtores de frutas, além do arroz.
Para ele, a combinação da redução no crédito de custeio e da complicação no seguro pode encolher a safra de 2016. Argumentos sobre o problema causado pela falta de dinheiro para subvenção não faltam, assim como sobre o peso e o desempenho do setor. Diante do cenário atual de ajustes e aperto de contas, resta saber se o governo vai abrir o caixa.