O placar de 104 a 29 votos, sem nenhum voto branco ou nulo, mostra que a eleição da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) terminou sem surpresas ou sobressaltos. À frente da entidade nos últimos 18 anos, Carlos Sperotto, 77 anos, foi reconduzido à presidência, no que será seu sétimo mandato.
Dos 31 integrantes da diretoria escolhida, oito são nomes que não estavam na atual gestão.
Sperotto e o desafiante João Batista da Silveira, 57 anos, começaram o dia juntos, tomando um chimarrão na frente da sede da Farsul, em Porto Alegre. Terminada a disputa a campo, nos discursos após a divulgação do resultado da eleição, o tom foi cordial, de ambos os lados, com o espaço para o tradicional aperto de mãos.
- Cumprimos um pleito que vai entrar para a história dessa casa - avaliou Sperotto.
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Com proposta de "gestão mais moderna", ao apontar as razões para explicar a derrota, Silveira falou em falta de vontade de mudança:
- Nosso projeto era de oxigenação, de alternância, mas isso não é o que almejam nossos representantes, temos de respeitar a vontade deles.
Das vezes em disputou o comando da entidade, Sperotto teve oposição em três ocasiões, sendo uma delas na atual votação. O dirigente chamou o adversário para sentar à mesa e apresentar "todas aquelas posições de desconforto que levaram vocês a se apresentarem". E sobre o período de disputa, brincou:
- Vocês estavam sendo monitorados, sabíamos onde iam e o que diziam, por isso os cumprimentamos pela grandeza.
Montado ainda em 2006, o planejamento estratégico deverá agora passar por revisão, para ver "o que foi cumprido e o que ficou para trás". Até porque, nos últimos 10 anos, a dinâmica da atividade e o panorama político e econômico que cercam o setor no país e no mundo, passaram por transformações.
Uma das questões que está no radar da Farsul, daqui para frente, é a preocupação em evitar que o produtor se veja novamente às voltas com o endividamento. Reunião que tem o seguro rural como tema está marcada para o dia 14 em Brasília.
- Não precisamos nos fixar em empresas nacionais. Por que não buscar as internacionais para seguro no Brasil? - questiona Sperotto.