A confirmação, em menos de uma semana, de oito novos casos do mormo no Rio Grande do Sul, reacendeu a preocupação em torno da doença. Ontem, a Secretaria da Agricultura comunicou resultado positivo em animal do município de São Jorge, na região nordeste. Também foram sacrificados os cinco equinos que tiveram registro confirmado na quarta-feira em Santo Antônio das Missões. Agora são nove casos (os outros foram em Rolante, Alegrete e Uruguaiana).
- O número reflete suspeitas que estavam pendentes de confirmação. Tudo ao alcance técnico para que o mormo seja controlado, está sendo feito - garante Fernando Groff, diretor do Departamento de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura.
Mais de 20 mil exames já foram realizados - até porque, com o primeiro resultado positivo, isso passou a ser exigência para a movimentação dos animais. Um total de 26 suspeitas - equinos com positivo no primeiro exame e aguardando teste complementar - estavam pendentes. As amostras para contraprova inicialmente eram enviadas para o laboratório do Lanagro em Recife (PE). Agora, o Estado está utilizando o exame com a maleína para corroborar ou descartar novos casos. É uma substância injetada no animal, que provoca uma reação quando ele estiver contaminado.
Esse tipo de teste tem uso previsto na normativa que determina os procedimentos a serem adotados no controle da doença. Mas há questionamentos sendo feitos quanto à confiabilidade do resultado. Uma manifestação foi organizada via Facebook para sábado, em Alegrete, tentando evitar o sacrifício da égua cujo resultado foi positivo. O animal não teria tido sintomas da doença.
- O trabalho da secretaria e a normativa estão corretos, precisos. Temos de investir na conscientização. Salvar a vida de um animal apenas por paixão pode colocar em risco outras centenas - alerta Rodrigo Lorenzoni, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado.
Aliás, o sacrifício não é uma opção, é uma determinação da normativa do Ministério da Agricultura para os casos confirmados. Especialistas afirmam que, assim como em outras enfermidades, é possível que o exemplar esteja contaminado, mas não apresente sintomas.
O mormo é causado por uma bactéria e atinge equinos e podendo ser transmitido para o homem.
Têm razão os técnicos quando dizem que é preciso usar a informação como grande aliada no combate a novos casos.