Para os pecuaristas, a palavra "crise" passou longe na Expointer. Neste ano, os animais tiveram um faturamento recorde nos leilões - R$ 15,38 milhões - que reforçou o otimismo dos criadores para os remates de primavera. O valor foi 23,8% maior do que o registrado pelo setor no ano passado.
Entre os equinos, o maior faturamento veio mais uma vez da raça crioula. O valor acumulado nos oito leilões chegou a R$ 12,03 milhões, um crescimento de 24% em relação a 2014. Um dos principais destaques foi a comercialização da Hulha Negra da estância Vendramin, vendida a R$ 525 mil - a égua mais valorizada da história da feira.
Para José Luiz Laitano, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), o resultado é a consolidação de novos mercados:
- Muitos compradores vieram do centro-norte do país e estão cada vez mais apostando na multifuncionalidade da raça. Além destes, chilenos, argentinos e uruguaios fecharam negócios.
Só a Trajano Silva Remates movimentou R$ 8,94 milhões, valor 62% superior ao de 2014. O número surpreendeu o leiloeiro Gonçalo Silva, que no início da Expointer projetava vendas mais moderadas devido à redução de inscritos e do cenário político e econômico do país:
- Pela primeira vez, tivemos investidores do Paraguai, que estão levando a genética da raça crioula para fora do Brasil.
Foto Caco Konzen, Especial
O gado de corte também foi destaque na feira. Os negócios da raça angus cresceram 54,58% em relação a 2014, somando mais de R$ 2 milhões. Dilvani Soldera, de Panambi, leiloou animais pela primeira vez na Expointer e saiu contente. Dono de uma cabanha com 525 matizes registradas e 120 receptoras, o produtor vendeu seis touros rústicos.
- Vencemos o campeonato de melhor trio rústico e melhor fêmea rústica. São animais que voltam valorizados. O preço ficou na média, mas é só um aquecimento para os remates de primavera. Vou fazer um leilão em outubro e estou confiante - destacou Soldera.
Para José Roberto Pires Weber, presidente da Associação Brasileira de Angus, o resultado confirma o bom momento:
- Nossa carne é reconhecida internacionalmente, e a genética apresentada na Expointer justifica essa posição - disse.
* Zero Hora