Fiel à estratégia de disseminar a raça, atrair investidores e expandir negócios, a Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Crioulo (ABCCC) projeta repetir neste ano os quase R$ 200 milhões em negócios de 2014. E vê a instabilidade econômica como oportunidade para valorizar a eficiência e a qualidade dos animais.
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- O investimento, em função da crise, vai ser mais seletivo, avaliando o custo-benefício. E hoje há carência de cavalos com as características que a raça crioula apresenta - diz Onécio Prado Junior, vice-presidente de comunicação e marketing da ABCCC.
Ele ressalta que a entidade tem fomentado a criação de núcleos em diferentes
regiões, em especial no Sudeste e no Centro-Oeste, para ampliar a força da raça quanto para reunir criadores e selecionar animais para o Freio fora da Região Sul:
- No Centro-Oeste, a pecuária extensiva exige um cavalo como o crioulo, que se adapta com facilidade, sem contar o bom desempenho do animal em modalidades esportivas. Isso tem incentivado muito o avanço do cavalo crioulo pelo país.
Em 2014, os negócios da raça somaram R$ 198 milhões, uma alta de 8,1% sobre 2013. No mesmo período, o número de cavalos crioulos aumentou 7,3%, sendo o maior salto no Centro-Oeste (12,3%). Na Região Sul, que concentra 94,5% dos animais da raça no país, número de exemplares cresceu 7,3% no ano passado.
O leiloeiro Fábio Crespo ressalta que a postura de abrir horizontes para a raça tem resultado direto nos negócios. E estima que ainda há muito espaço a se conquistar:
- Os proprietários e criadores começaram a ver que o cavalo é resistente, há competição e foco em seleção. A demanda tem crescido, assim como o nível dos animais.
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Para o leiloeiro Marcelo Silva, o cavalo crioulo será outra vez o carro-chefe dos
negócios da Expointer - respondeu por 80% do faturamento entre os animais nos últimos dois anos. Ele observa que, diante da boa oferta, as parcerias para compra de exemplares têm movimentado mais o setor:
- O cavalo crioulo é uma opção segura para investir e tem dado retorno maior do que outros negócios. Há animais cujo investimento inicial de R$ 100 mil virou, tempos depois, R$ 10 milhões. Há muito a crescer, principalmente no Centro-Oeste, onde está o futuro dos negócios em maior escala.