A espera por melhores preços fez com que produtores desacelerassem o ritmo das compras de fertilizantes. Tradicionalmente mais intensa no segundo semestre, a aquisição desse importante insumo para as lavouras deverá ficar ainda mais concentrada neste ano.
Levantamento feito pela consultoria INTL FCStone aponta que a demanda a ser suprida pelas importações - 70% dos adubos utilizados no Brasil vêm do mercado externo - ficará concentrada entre os meses de junho e setembro. Serão entre 10 milhões e 11,8 milhões de toneladas que terão de vir de fora no período.
- As importações estão bem abaixo do histórico. O produtor segurou bastante a venda de grãos porque não estava vendo uma boa relação de troca - observa a analista de mercado Natalia Orlovicin.
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Dados da Associação Nacional Para a Difusão de Adubos (Anda) mostram que de janeiro a abril de 2015 houve redução de 24,2% na importação do produto. As vendas do setor no país também tiveram queda de 8,7% no mesmo período.
Diante dessa conjuntura, dois cenários são previstos pela INTL FCStone. Um é o de perspectiva de redução da demanda.
O outro, de que essa concentração de compras poderia causar dificuldades logísticas, com movimento intenso nos portos e o consequente encarecimento do produto para os compradores de última hora. Uma notícia ruim, considerando que a alta de preços de fertilizantes já supera a casa de dois dígitos.
- Acreditamos que pode ocorrer um hiato entre a ampla oferta internacional e a escassez doméstica de fertilizantes, com movimento de alta nos preços no interior do Brasil entre os meses de julho e outubro - completa Natalia.
Como no caso de todo produto importado, essa conta poderá mudar, conforme as oscilações do câmbio, que podem beneficiar ou complicar ainda mais essa matemática.