Com expectativa de serem recebidos pela presidente Dima Rousseff, representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) têm nesta quinta-feira o dia D da 21ª edição do Grito da Terra, mobilização em caráter nacional e descentralizada que anualmente apresenta as reivindicações dos produtores familiares.
Entre os itens da pauta já entregue ao governo, um assunto sensível para ambas as partes: as taxas de juro do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), uma das meninas dos olhos do governo federal.
O crédito liberado passou de R$ 5,4 bilhões no ciclo 2003/2004 para R$ 24,1 bilhões na última safra. O "x" da questão, agora, é saber qual será a cota de sacrifício dessa parcela de produtores no pacote de ajuste fiscal.
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No caso da agricultura empresarial, a elevação é apenas questão de tempo - o Plano Safra deve ser anunciado no próximo dia 3 de junho. No Moderfrota, reajustes já foram feitos e, para as linhas de custeio, também ocorrerão como sinalizaram os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e da Agricultura, Kátia Abreu.
Nos bastidores, o que se fala é que a taxa atual do Pronaf subiria de 2% para 5%. Também haveria elevação do percentual a ser pago no Proagro Mais, de 2% para 3%.
Há 15 dias vêm sendo realizadas audiências nos ministérios para tratar dos pedidos apresentados na pauta do Grito da Terra - que incluem o Plano Safra.
- Oficialmente, ainda não foi dito nada sobre as taxas. Estamos lutando para que não tenhamos aumento - afirma Alberto Broch, presidente da Contag.
Nesta semana, após ocupação do Ministério da Fazenda, em Brasília, representantes de outra entidade ligada à agricultura familar, a Fetraf, ouviram de Levy que haverá esforço para que políticas do setor não sofram cortes. Por outro lado, ele não deu garantias de que os ajustes econômicos não afetarão os agricultores.