Se a produção recorde de grãos da safra gaúcha de verão deixará uma marca positiva, o mesmo não pode ser dito da produção de inverno do ano passado.
O gosto amargo da redução de 52,3% na colheita e na qualidade do trigo desestimulou o produtor. Soma-se a isso a indefinição quanto ao reajuste do preço mínimo e a alta no custo de produção, e o resultado é uma perspectiva de redução de área plantada. Conforme o presidente da Comissão de Trigo da Farsul, Hamilton Jardim, fala-se na possibilidade de diminuição de até 30%:
- O agricultor não deve plantar a mesma área, nem usar a mesma tecnologia. Mas a boa safra de verão pode reverter o processo.
Na última semana, a comissão estadual de trigo reuniu-se para traçar estratégias. Um dos assuntos, explica Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado, foi a redução da alíquota de ICMS nas vendas interestaduais e a segregação.
- Precisamos ter comprometimento da indústria, ela precisa estar junto com a gente - afirma.
O dirigente também estima redução de área. O plantio começa em maio.