Mesmo que não seja capaz de fazer o Rio Grande do Sul escapar de uma queda do PIB em 2015 em função da retração geral da economia brasileira, a agropecuária vai funcionar como uma espécie de amortecedor para o impacto da crise. A previsão de uma safra superior a do ano passado e a expectativa de produção maior nos criatórios de aves, suínos e bovinos pela perspectiva de aumento das exportações vão fazer o campo ter crescimento "bem maior" dos que os 0,6% de 2014, aposta o economista Antônio da Luz, da Federação da Agricultura do Estado (Farsul).
- A agropecuária deve ser o único setor a crescer em 2015 - arrisca Luz.
Como o cálculo leva em consideração o volume, uma das maiores contribuições deve vir da soja. As estimativas oficiais, por enquanto, apontam uma supersafra superior a 14 milhões de toneladas, o que seria um acréscimo de 10% sobre 2014. Nos números do ano passado, divulgados nesta terça-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), o PIB gaúcho ficou estagnado e a agropecuária - apesar de perder metade da safra de trigo -, junto com o setor de serviços, impediu que a atividade caísse no Estado.
Mantido o cenário atual e sem surpresas negativas, a agropecuária gaúcha tende a crescer mais do que a brasileira em 2015 e, caso isso se confirme, diz Luz, o campo vai ajudar o Rio Grande do Sul a terminar o ano em uma situação um pouco melhor que a do país também pelo impulso a outros setores, do comércio ao transporte, passando pela indústria de máquinas agrícolas. Mesmo que isso signifique apenas cair menos.