A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Se a Agrishow é um termômetro para o ano do agronegócio brasileiro, a 30ª edição, encerrada nesta sexta-feira (2), em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, indica que este será de marcas históricas. A começar pela perspectiva de negócios que sai do parque. Embalados pela projeção de safra recorde de grãos, os pedidos de contratos no evento alcançaram a marca de R$ 14,6 bilhões. É um aumento de 7% se comparado com o ano passado.
Outro recorde registrado no evento foi com relação ao número de visitantes. Neste ano, chegou a 197 mil pessoas. Os ingressos esgotaram antes de começar a feira, inclusive, informou a organização.
No entanto, João Carlos Marchesan, presidente da Agrishow, ponderou que o volume de negócios só será possível de ser alcançado com "um Plano Safra robusto e juros compatíveis à necessidade do setor".
É o que lembra também Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas (CSMIA) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), tecnologia que é o carro-chefe do faturamento de feiras como essa:
— Em razão do número de pedidos, as empresas não têm máquinas a pronta entrega. São 300 dias até a máquina chegar para o produtor, entre o financiamento e a entrega do produto. E até lá, podem cancelar.
Cenário distinto no RS
Para o Rio Grande do Sul, o termômetro da Agrishow não condiz com a realidade do setor produtivo. Em razão dos problemas climáticos no Estado — com uma produção de soja 17% menor neste no —, Estevão projeta um ano de retração no setor de máquinas agrícolas.
— Na própria Expodireto, notamos um mercado mais retraído em função do clima — acrescentou o dirigente.
Anota na agenda
A Agrishow de 2026 já tem data para ocorrer. Será entre 27 de abril e 1º de maio.