A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.

Com propósito. É assim que um dos cafés que integram o cardápio da agricultura familiar à venda na 30ª Agrishow, em Ribeirão Preto, é feito. Chamado Café Solar, o produto une o sabor mineiro da matéria-prima com uma causa nobre — a de ressocialização de pessoas em situação de rua. Em 11 anos, a iniciativa já ajudou 350 pessoas a retornarem ao mercado de trabalho.
— É um café produzido com muito carinho, por pessoas que entendem a falta que faz uma xícara de um bom café quente numa noite fria de inverno — resume Samuel Ferreira, presidente do projeto, chamado Casa Solar, e mestre torrador.

Localizado em Ribeirão Preto, a Casa Solar é um espaço de ressocialização que nasceu em 2015, como um braço da Mão Amiga, instituição sem fins lucrativos. Atualmente, tem capacidade para receber até 12 pessoas por vez e oferece desde moradia até meios para voltar ao mercado de trabalho, como oficina de marcenaria, horta orgânica e torrefação de cafés especiais — e é aqui que entra o café à venda na Agrishow.
Elaborado a partir de grãos colhidos na Fazenda Campestre, localizada no sul de Minas Gerais, selecionados manualmente e torrados pelos moradores do Casa Solar, o produto é vendido com o objetivo de manter autossustentabilidade do projeto.