Armazenada na carroceria de caminhões no período da colheita, por falta de silos para estocar a produção, a soja terá um custo maior para ser transportada neste ano.
Responsáveis por mais de 70% do escoamento da safra no Estado, os caminhoneiros autônomos preveem frete mais caro para compensar o reajuste no preço do diesel, uma das reivindicações que motivou paralisação nacional do setor.
Colheita de soja deve injetar R$ 122 bilhões na economia gaúcha
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Da frota superior a 180 mil caminhões da categoria no Rio Grande do Sul, quase 130 mil deverão trabalhar no transporte da soja.
- Estamos negociando, mas o reajuste certamente superará 10% - estima Éder DalLago, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam).
Segundo Dal'Lago, o aumento no preço do frete é necessário para cobrir a alta do combustível e dos custos operacionais, como refeição e manutenção do caminhão.
Estudo da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) aponta defasagem média de 14,11% do valor do frete, sem considerar a recente recenta alta do diesel, e cita a falta de 106 mil motoristas nas empresas.
- Este problema também se dá pela falta de qualificação, já que se exige preparo diante das tecnologias - destaca Neuto Gonçalves dos Reis, da NTC&Logística.
Conforme a pesquisa, só 12% das estradas no país são pavimentadas, e 88%, de chão batido. A diferença no custo do frente entre ambas é de 53%. Considerando só as pavimentadas, 63% delas têm deficiências, aponta a NTC&Logística.
O levantamento também apontou que o preço do frete no Brasil seria 25% menor se todas as estradas estivessem em boas condições.
Sobre os impactos do ajuste fiscal do governo, Reis ressalta que a instabilidade cria desequilíbrio e maior oferta de transporte em um momento de demanda estagnada:
- Vira uma guerra por frete.