Sem euforia de supersafra, mas satisfeitos com o clima favorável e a boa qualidade da uva, os produtores avançam na colheita com expectativa e um mercado de sucos naturais em ascensão.
Presidente da Comissão Interestadual da Uva, Olir Schiavenin diz que, em qualidade, há um cenário positivo, com bom nível em sanidade, sabor e aroma. Sobre quantidade, ele já é mais cauteloso:
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- Estimamos safra de 600 mil a 700 mil toneladas. Mas o resultado só sairá no fim de março, após a colheita - afirma o presidente da entidade que reúne 22 sindicatos e 30 municípios do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
O clima chegou até a antecipar a colheita de uvas mais tardias em cerca de 15 dias, explica o gerente de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini. Ele pontua que a safra atual não será recorde, mas tem boas perspectivas para o setor:
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- O ano não é de otimismo em excesso, mas de foco em agregar valor e expandir os negócios.
A cautela tem motivo: a venda total de vinhos caiu 3,47% no ano passado no Estado, comparadas a 2013. Mas Bertolini revela que, por outro lado, a menor comercialização a granel e em garrafões se contrapõe à alta na venda de garrafas de 750 ml, o que resultou em valor agregado e mais competitividade:
- Levantamento da Associação Gaúcha de Vinicultores (Agavi) mostrou que, desde 2007, o volume de vendas é o mesmo, mas o faturamento subiu 130%. Mais do que resultado considerável, esse desempenho sinaliza uma crescente profissionalização do setor.
Um dos destaques recentes é a venda de suco pronto para consumo, que cresceu 13,5% em 2014. Para Schiavenin, o setor foi inteligente ao explorar a alternativa, que garantiu destino à metade da uva comum cultivada no Estado.
- O suco é importante para a cadeia. E a alta têm a ver com a busca, pelos consumidores, de produtos mais saudáveis - diz Bertolini.
