O espaço aberto na plenária do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-RS), nesta quinta-feira, escancarou a polêmica em torno da indicação do novo presidente da Emater. A entidade quer uma audiência com o governador José Ivo Sartori (PDMB), na qual pretende questionar o nome do ex-prefeito de Quinze de Novembro, Clair Kuhn.
A escolha foi confirmada nesta semana.
A contrariedade está relacionada ao fato de Kuhn não ter uma formação específica na área - ele é graduado em Educação Física.
- A Emater é uma entidade essencialmente técnica, não generalista. Não concordamos que uma instituição dessa natureza seja comandada por uma pessoa que não é da área - afirma Melvis Barrios Junior, presidente do Crea-RS.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Segundo Barrios Junior, a posição contrária à indicação será formalizada ainda nesta sexta-feira. Ao mesmo tempo, tenta ser recebido pelo novo governador.
Embora o estatuto da Emater não mencione a exigência de graduação específica para preencher o cargo, no capítulo sobre a composição da diretoria-executiva, a condição estabelecida é a de que a escolha deva recair sobre "brasileiros, preferencialmente de nível universitário, que tenham comprovada experiência administrativa e amplo conhecimento do campo de atividades de assistência técnica e extensão rural". Isso vale também para os diretores técnico e administrativo.
O nome do presidente da Emater foi indicado pelo PMDB e ainda precisa passar pela aprovação do conselho técnico administrativo, composto por representantes de Secretaria da Agricultura, Ministério da Agricultura, Farsul, Fetag-RS, Ocergs, Embrapa, Banrisul, conselho agropecuário do Estado, universidades, BRDE e Federação dos Pescadores do Estado.
A Emater tem para este ano orçamento de R$ 305 milhões. Vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, atualmente a cargo do PSB, a entidade tem trabalho vital na disseminação da assistência técnica a municípios gaúchos, atendendo gratuitamente cerca de 250 mil famílias.