A relação entre o desempenho da agropecuária e a economia gaúcha será revigorada em 2015. Projeções feitas pela Federação da Agricultura do Estado (Farsul) em seu tradicional balanço de fim de ano indicam que a retomada do crescimento gaúcho estará diretamente relacionada ao bom resultado do campo, referendando o ditado de que quando o setor vai bem, a economia segue o ritmo.
Em 2014, apesar da colheita farta de verão, a quebra da produção de trigo pesou, e a agropecuária não conseguiu compensar diferenças negativas de outros setores.
Para o próximo ano, o Rio Grande do Sul promete se "descolar" positivamente do resto do Brasil, avalia o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz. Se a safra render o esperado, o PIB da agropecuária pode crescer 8,4%.
O impacto para o produtor não será o mesmo que o da economia. Custos em alta irão diminuir o rendimento do agricultor.
- A safra de 2015 está 10% mais cara do que a cultivada neste ano. Estamos pagando mais para fazer a mesma lavoura - pondera Luz.
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Uma equação importante a ser resolvida, sobretudo nos momentos em que a produção sai dos trilhos, como ocorreu neste ano com o trigo, é o seguro rural, tema que será a bandeira da Farsul em 2015.
O entendimento é de que há necessidade de mudar o formato, considerado capenga.
- O seguro é uma das molas da agricultura moderna. No Brasil, ainda não contempla a parte de sobrevivência do produtor - diz Gedeão Pereira, vice-presidente da Farsul.
A reivindicação é para que cubra todo o custo de produção - hoje, nas subvenções públicas, as indenizações são inferiores a 50% do custo total.
Já se obteve conquistas com as seguradoras privadas. No trigo, nesta safra, houve mudança no rendimento usado como referência da indenização.
O exemplo de como essa ferramenta pode fazer toda a diferença vem de outros países. Em 2012, a seca que derrubou a produção de grãos nos Estados Unidos, não teve o mesmo impacto sobre o agricultor.