O Rio Grande do Sul aguarda com expectativa os números do terceiro trimestre do PIB a serem divulgados nesta quarta-feira pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Os dados nacionais indicaram um avanço muito tímido na economia na comparação com o trimestre anterior: 0,1%. E revelaram queda de 1,9% na agropecuária.
Há grande interesse em saber como será o comportamento gaúcho no período, considerando o peso do setor primário e o fato de no segundo trimestre o desempenho ter sido negativo - queda de 2,4% em relação ao mesmo período de 2013 e 0,4% em relação ao trimestre anterior. No país, pesou para o recuo da agropecuária o desempenho de culturas como o café e a cana-de-açúcar, irrelevantes para o Estado. No Rio Grande do Sul, a pecuária poderá ter um impacto positivo.
- Os preços estão altos, e no caso dos suínos e das aves, o custo com o milho baixou em relação ao ano passado - explica Alexandre Englert Barbosa, economista-chefe do Sicredi.
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Parte do risco de um resultado ruim vem do trigo, carro-chefe da produção de inverno, que teve quebra estimada em 45,75%.
O peso do cereal está longe de ser igual ao da soja na safra de verão, mas também poderá provocar estragos nesse ou no trimestre seguinte.
- Este é um ano que não tem variações bruscas como quando há seca ou recuperação, o que ocorreu em 2013 - observa Antônio da Luz, economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado.
Tivemos uma safra cheia no verão. Mas outros fatores entram nessa equação de impacto na economia. O efeito renda é um deles. O preço menor das commodities e o custo maior das culturas reduziram a renda do agricultor. E isso faz diferença nos municípios produtores.
Por fim, vale lembrar que a agricultura está inserida na economia - e não o contrário.
O fato de estar em ritmo lento também produz seus efeitos no campo. Muitas vezes, na forma de investimentos que deixam de ser feitos.