Uma disputa entre a atual diretoria da Cotrijui e o grupo de oposição denominado Terceira Via poderá marcar a votação sobre a liquidação voluntária da cooperativa. A avaliação do pedido será feita em assembleia-geral extraordinária marcada para o próximo sábado.
Nos próximos dias, a Terceira Via discutirá a indicação de um nome para concorrer à posição de liquidante, pessoa que administrará o processo.
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Caso seja aprovada a liquidação na assembleia, o conselho administrativo da cooperativa é destituído. Na mesma ocasião, é preciso escolher o liquidante (que pode ser mais de uma pessoa) e três conselheiros fiscais, explica o advogado Fernando Pellenz:
- A lei não impede que seja o atual presidente ou outro nome.
A opção pela liquidação voluntária, segundo o presidente, Vanderlei Fragoso, é a terceira etapa de um processo de reestruturação. Com o recurso, o objetivo, acrescenta, é devolver a saúde financeira da cooperativa, uma das principais do Estado, com capacidade para armazenar 1 milhão de toneladas.
As dificuldades são decorrentes de uma dívida de mais de R$ 500 milhões, acumulada ao longo de muitos anos. Só com a redução de custo operacional que vem sendo feita, Fragoso estima que haverá uma economia de R$ 200 milhões em quatro anos:
- Tudo o que projetamos, cumprimos de forma rigorosa. Ficou o passivo de uma dívida que cresceu. É elevada, mas nada que não possa ser solucionado.
Para a Terceira Via, a percepção é outra. O grupo faz campanha para que os associados compareçam na assembleia.
Com um patrimônio tão grande em jogo e impacto considerável para a produção gaúcha, é preciso muita cautela na hora de dar o próximo passo.