Confiantes em uma colheita de soja recorde e mirando a próxima safra, produtores que visitaram a Expodireto deixaram para trás a cautela inicial em relação ao investimento nas lavouras. Compras feitas até a metade da semana levam os organizadores a apostar em resultado semelhante ao recorde de 2013, de R$ 2,5 bilhões - o balanço oficial de vendas será anunciado hoje, último dia do evento.
Em três dias de feira, o Banco do Brasil, que responde por mais de 70% dos financiamentos agrícolas liberados no país, vendeu 20% a mais do que no mesmo período do ano passado.
- Tratores e colheitadeiras são os carros-chefes, mas o maior crescimento é em projetos de armazenagem e irrigação - diz João Paulo Comerlato, gerente de mercado de agronegócio da instituição no Estado.
No Badesul, os contratos de financiamentos encaminhados nos primeiros três dias também superaram o volume acumulado no mesmo período do ano passado. Até ontem, os negócios somavam R$ 267 milhões, de acordo com o presidente do Badesul, Marcelo Lopes. Dos contratos encaminhados, Lopes salienta que historicamente só 60% são concretizados:
- Têm produtores que encaminham pedidos em mais de um banco.
No Banrisul, os primeiros dias foram suficientes para superar o volume contratado em toda a feira de 2013, chegando a R$ 113 milhões.
- Nossa expectativa é dobrar os negócios em relação ao ano passado - afirma Guilherme Cassel, diretor de crédito do Banrisul.
Até quarta-feira, o BRDE acumulava R$ 96,5 milhões em propostas. Com a maioria do crédito liberado por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e do Mais Água Mais Renda, a expectativa é de que não haja demora na liberação dos contratos.
- Desde o final do ano, no entanto, os recursos do PSI estão saindo muito a conta-gotas, levando o produtor a esperar alguns - alerta Claudio Bier, presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas.